Um grupo de voluntárias do Grupo da Mama do Hospital Conceição entregou, na
manhã desta terça-feira, uma representação ao procurador-geral do Estado,
Eduardo de Lima Veiga, pedindo agilidade nas cirurgias de câncer de mama na
instituição. O pedido foi movido em função das remarcações dos procedimentos por
causa da falta de anestesistas.
Segundo a presidente do grupo, Flávia
Teresinha Nunes, pelas suas características uma paciente diagnosticada com
câncer de mama deve fazer a cirurgia com a maior rapidez possível. “Essa é uma
maneira de reduzir o avanço da doença, minimizar o sofrimento da paciente e os
custos ao serviço de saúde”, explicou ela.
A vice-presidente do grupo,
Edy Terezinha de Araújo, lembrou o sofrimento das mulheres que, mesmo com todos
os exames e documentação necessários, só conseguem agendar o procedimento depois
de quatro ou seis meses. “Não podemos aceitar que depois de todos os trabalhos
de prevenção e pedidos para que as mulheres identifiquem a doença precocemente
se poderão acabar morrendo na fila à espera da cirurgia”, lamentou ela.
Segundo o responsável pelo Serviço de Mastologia do Hospital Conceição,
José Luiz Pedrini, o ideal seria que a paciente aguardasse no máximo 30 dias
entre o diagnóstico e procedimento. Porém, com a ausência de anestesistas, esse
prazo está chegando a 90 dias. Ele lembrou que a doença tem avançado no Brasil e
que provoca cerca de 10 mil mortes por ano - 1.050 delas ocorrem no Rio Grande
do Sul. Em conversas com a instituição, Pedrini ressaltou que o maior impasse é
a questão salarial, uma vez que os profissionais acabam não ficando no hospital
e ingressam na iniciativa privada. “Esse é um problema crítico e que está sendo
agravado no Estado”, afirmou.
Após receber a representação o
procurador-geral do Estado, Eduardo de Lima Veiga, afirmou que vai encaminhar a
questão à promotoria dos Direitos Humanos de Porto Alegre, para analisar o caso.
Ele acredita que em duas semanas será possível fazer uma reunião com os
representantes de todos os segmentos para discutir uma solução e garantir o
atendimento das pacientes.
Correio do Povo - 13/11/2012