Juntos somos mais fortes. Fortes, enfrentamos qualquer obstáculo.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Matéria publicada no Diário de São Paulo

Tratamento de câncer é investigado

MPF analisa se tempo máximo entre diagnóstico e início do tratamento é respeitado na rede pública DIÁRIO DE S.PAULO

Filipe Sansone
filipe.sansone@diariosp.com.br


Após receber denúncias de pacientes, o MPF (Ministério Público Federal) abriu inquérito civil  para verificar se as secretarias municipal e estadual de Saúde de São Paulo estão  respeitando o prazo máximo de 60 dias para encaminhar ao tratamento mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama.

O MPF também vai investigar a utilização de mamógrafos (aparelhos capazes de identificar tumores nas mamas) na rede pública de saúde paulista. Segundo o órgão, o parque mamográfico “é numericamente satisfatório para atender à população feminina entre 40 e 69 anos (público-alvo para o exame de mamografia). Mas o que se verifica é a baixa disponibilidade para realização de exames no SUS”.

Associações de apoio a pacientes com câncer de mama também afirmam que a mulher ainda encontra dificuldades para conseguir realizar o exame e  diagnosticar a doença.“Há locais na periferia de São Paulo onde, às vezes, é preciso esperar até seis meses para conseguir realizar a mamografia”, explica Graciela Messano, gerente executiva do Instituto Se Toque, ONG que facilita o acesso de mulheres de baixa renda ao diagnóstico precoce da doença. “Quanto mais precoce é a detecção do câncer, maior é a chance da cura”, explica.
Para o vice-presidente da SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia), José Luiz Pedrini, além da burocracia para a realização de procedimentos cirúrgicos, o valor pago pelo SUS pela operação é muito baixo. “Para a retirada total de uma mama a tabela SUS paga R$ 250 para a equipe inteira. Isso é inviável.”

Pastas alegam cumprir os prazos previstos

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que o estado de São Paulo conta, atualmente, com 1.114 mamógrafos em uso e  “o parâmetro preconizado pelo Ministério da Saúde é de um aparelho para cada 240 mil habitantes. Desta forma, o total de mamógrafos em uso no estado é seis vezes superior ao preconizado pelo governo federal”.

A pasta também disse que “a Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer vai ser implantada em até 20 meses e vai contar com 71 unidades integradas e uma única regulação, o que beneficiará mais de 12 mil novos pacientes por mês, facilitando o acesso ao tratamento e agilizando o período de realização das etapas do tratamento”.

A Secretaria Municipal de Saúde “estima que o tempo para início do tratamento do câncer de mama na rede municipal varia de 15 a 60 dias”. Segundo a pasta,  são diagnosticados no município aproximadamente 600 casos de câncer de mama por mês. A secretaria também diz que “de janeiro a agosto de 2013 a produção de mamografias, por estabelecimento sob gestão municipal, foi de 152.228 procedimentos e a produção de ultrassonografia mamária bilateral foi de 42.243”.

Plano de saúde terá de cobrir mais remédios contra o câncer