Juntos somos mais fortes. Fortes, enfrentamos qualquer obstáculo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Tratamento de pacientes com câncer pelo SUS deve começar em 60 dias, no máximo


O texto foi aprovado no plenário do Senado. Se o caso for grave, o prazo poderá ser menor. 

O projeto original previa apenas o pleno acesso dos pacientes a medicamentos e analgésicos à base de ópio para os casos em que a doença provoque dor intensa. Mas, na Câmara, foi aprovado substitutivo ao texto que amplia a matéria incluindo o prazo máximo para início do tratamento e a obrigatoriedade de que os estados desenvolvam planos de oncologia para instalar serviços especializados. 

O texto segue agora para sanção presidencial.

Publicado em 31 de outubro de 2012 no Blog Últimas Notícias

domingo, 18 de novembro de 2012

Grupo pede agilidade nas cirurgias de câncer de mama

Um grupo de voluntárias do Grupo da Mama do Hospital Conceição entregou, na manhã desta terça-feira, uma representação ao procurador-geral do Estado, Eduardo de Lima Veiga, pedindo agilidade nas cirurgias de câncer de mama na instituição. O pedido foi movido em função das remarcações dos procedimentos por causa da falta de anestesistas. 

Segundo a presidente do grupo, Flávia Teresinha Nunes, pelas suas características uma paciente diagnosticada com câncer de mama deve fazer a cirurgia com a maior rapidez possível. “Essa é uma maneira de reduzir o avanço da doença, minimizar o sofrimento da paciente e os custos ao serviço de saúde”, explicou ela. 



A vice-presidente do grupo, Edy Terezinha de Araújo, lembrou o sofrimento das mulheres que, mesmo com todos os exames e documentação necessários, só conseguem agendar o procedimento depois de quatro ou seis meses. “Não podemos aceitar que depois de todos os trabalhos de prevenção e pedidos para que as mulheres identifiquem a doença precocemente se poderão acabar morrendo na fila à espera da cirurgia”, lamentou ela.
 
 Segundo o responsável pelo Serviço de Mastologia do Hospital Conceição, José Luiz Pedrini, o ideal seria que a paciente aguardasse no máximo 30 dias entre o diagnóstico e procedimento. Porém, com a ausência de anestesistas, esse prazo está chegando a 90 dias. Ele lembrou que a doença tem avançado no Brasil e que provoca cerca de 10 mil mortes por ano - 1.050 delas ocorrem no Rio Grande do Sul. Em conversas com a instituição, Pedrini ressaltou que o maior impasse é a questão salarial, uma vez que os profissionais acabam não ficando no hospital e ingressam na iniciativa privada. “Esse é um problema crítico e que está sendo agravado no Estado”, afirmou.

 


Após receber a representação o procurador-geral do Estado, Eduardo de Lima Veiga, afirmou que vai encaminhar a questão à promotoria dos Direitos Humanos de Porto Alegre, para analisar o caso. Ele acredita que em duas semanas será possível fazer uma reunião com os representantes de todos os segmentos para discutir uma solução e garantir o atendimento das pacientes.

Correio do Povo - 13/11/2012

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sociedade de Mastologia denuncia atrasos na realização das cirurgias de câncer de mama


O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, José Luiz Pedrini, acompanhado pelo Grupo de Mama do Hospital Conceição, entregou ao Procurador-Geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, uma representação que denuncia os atrasos na realização das cirurgias de câncer de mama no Rio Grande do Sul. De acordo com o médico, hoje chega a 90 dias o prazo entre o diagnóstico e a intervenção cirúrgica, indispensável para o tratamento da doença.

 

"Estamos aqui preocupados com as consequências que esta demora nas cirurgias acarreta no tratamento desta doença. O ideal é que não se passem mais de 30 dias. Mas hoje estamos marcando cirurgias para o mês de março. Nesse período, o câncer pode dobrar de tamanho, dificultando o tratamento e comprometendo a chance de sobrevivência da paciente", alertou o médico ao entregar a representação.

Segundo ele, o principal entrave para a realização da cirurgia do tumor de mama é a falta de anestesistas, uma situação provocada pelo reduzido número de profissionais e pelos baixos salários pagos no Estado. Além disso, houve uma redução da oferta de salas cirúrgicas para a realização do procedimento.

 

O Procurador-Geral de Justiça disse que irá passar o documento à Promotoria de Direitos Humanos, além de relatar pessoalmente aos Promotores da área o que foi informado durante a reunião, que também contou com a presença do Subprocurador-Geral de Assuntos Jurídicos, Ivory Coelho Neto. “Acho que os envolvidos devem conhecer este problema e seus efeitos, caberá ao MP, em um primeiro momento, atuar como catalisador, reunindo as pessoas em busca de alternativas”, afirmou o PGJ.

Matéria publicada no site do Ministério Público do RS em 13.11.2012

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Hospital Conceição promove Caminhada pela Vida

Atividade reuniu dezenas de pessoas em defesa da luta contra o câncer


Com o objetivo de alertar a população que é um dever do gestor ou do plano de saúde a reconstrução imediata da mama nos casos de mastectomia (retirada da mama), os serviços de Mastologia e de Onco-hematologia do Hospital Conceição (HNSC) e as voluntárias do Grupo da Mama promoveram, no dia 26 de outubro, caminhada, reunindo funcionárias, pacientes do setor e mulheres da comunidade em geral. A saída foi em frente ao Hospital Conceição, com o percurso se estendendo até o Shopping Bourbon Country. Os participantes usaram uma bandana cor-de-rosa, em alusão ao Outubro Rosa, Mês  Mundial de Conscientização para o Câncer de Mama.

Conforme o coordenador do Serviço de Mastologia do Hospital Conceição e vice-presidente nacional da Sociedade Brasileira de Mastologia, José Pedrini, cerca de 20 mil mulheres por ano precisam fazer mastectomia devido ao câncer de mama, mas dessas a estimativa é que 13 mil não têm acesso à reconstrução mamária imediata. Ele lembra que o Hospital Conceição oferece todo o tratamento para os casos de câncer de mama com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive com a reconstrução mamária imediata sempre que as condições da paciente permitam.
 
  A caminhada, que reuniu cerca de cem pessoas, foi prestigiada também pelo superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, Carlos Eduardo Nery Paes, pelo diretor técnico do GHC, Neio Lúcio Fraga Pereira, pelos gerentes de Internação e Administração do Hospital Conceição, Paulo Bobek e Claudiomiro Ambrósio, respectivamente, pelos gerentes de Administração e Internação do Hospital Cristo Redentor, Marco Antônio dos Santos e João Albino Potrich, pelo gerente de Administração do Hospital Criança Conceição, Mauro Rosa de Paula, pelo coordenador do Serviço de Onco-hematologia do Conceição, Marcelo Capra, pelo coordenador do Serviço de Mastologia do HNSC, José Luiz Pedrini, e a pela presidenta do Grupo da Mama do Hospital Conceição, Flávia Teresinha Nunes.


 Na ocasião, Carlos Eduardo Nery Paes saudou homens e mulheres que lutam contra o câncer, além de destacar que o Outubro Rosa é o mês dessa luta. Marcelo Capra salientou que o câncer desperta uma atenção especial na população, sendo essa uma enfermidade com cada vez mais importância na prevenção e no cuidado.



(Matéria publicada no site do Grupo Hospitalar Conceição)


domingo, 21 de outubro de 2012

Veja exemplos de médicos que se dedicam à profissão em Porto Alegre

Consulte o endereço abaixo no Google e assista à reportagem da RBS TV no Dia do Médico:

http://globotv.globo.com/rbs-rs/rbs-noticias/v/veja-exemplos-de-medicos-que-se-dedicam-a-profissao-em-porto-alegre/2196899/











quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pesquisa mostra que 20% das mulheres consideram câncer de mama incurável

Embora a chance de cura do câncer de mama chegue a 95%, caso a detecção seja precoce, uma parcela das mulheres brasileiras ainda vê a doença como incurável. 

Para 20% delas, o diagnóstico do câncer de mama é praticamente uma sentença de morte. Essa é uma das conclusões de um levantamento inédito feito a pedido do Instituto Avon pelo Data Popular, que colheu as percepções sobre o câncer de mama de 1.752 pessoas de 50 cidades das cinco regiões do país.

Foram entrevistadas mil mulheres saudáveis, 240 mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 400 homens, além de médicos, gestores de saúde e profissionais de ONGs ligadas ao tema. A amostra incluiu pessoas de todas as classes sociais.

O medo surge como um obstáculo que afasta as mulheres do único exame que poderia garantir o diagnóstico precoce e um tratamento mais bem-sucedido: 50% das mulheres opinam que é o medo de descobrir a doença que faz com que muitas evitem fazer a mamografia.

Para a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), inconscientemente, a mulher ainda associa o câncer à tragédia. 

— No momento em que ela começar a se dar conta de que tem tantas pessoas curadas, o medo vai diminuir — avalia.

A pesquisa confirma a visão trágica: 60% das mulheres e 56% dos homens apontam o câncer como a pior doença que se pode ter, à frente de enfarte, derrame, depressão e aids. Os motivos mencionados por mulheres e homens são os mesmos: a doença mataria rápido, não teria cura e causaria muita dor física.

Outro aspecto destacado pelo estudo é que, entre as mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 54% acreditam que sentimentos como tristeza, depressão e mágoa podem ter contribuído para o aparecimento da doença, apesar de nenhuma evidência científica corroborar essa ideia.

De acordo com a médica Rita Dardes, diretora médica do Instituto Avon, é esse aspecto psicológico do câncer que torna importante que a doença seja tratada não apenas pelo mastologista, mas por uma equipe multidisciplinar envolvendo outras especialidades, como psicólogos e fisioterapeutas. 

Mais um motivo que pode levar as mulheres a não se submeterem à mamografia, de acordo com o levantamento, é a crença de que são imunes ao câncer. Entre as mulheres ouvidas, 31% declararam que não poderiam vir a ter a doença, já que nenhum parente a desenvolveu. Na realidade, apenas de 5% a 10% dos casos estão relacionados à hereditariedade.

— O estudo é relevante para desenhar estratégias de atuação de uma organização como a Femama, que procura identificar os gargalos que fazem com que pacientes continuem morrendo de câncer de mama — diz Maira.

Pesquisa mostra preconceito dos homens

Dos 400 homens ouvidos pela pesquisa do Data Popular, 38% consideram que o diagnóstico de câncer de mama pode acabar com um relacionamento e 75% acham que a doença acaba com a vaidade de qualquer mulher.

A psicóloga Camila Araújo, que atende pacientes com câncer de mama no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, conta que já viu muitos casos de maridos que acabam se separando de suas mulheres quando elas chegam ao fim do tratamento. 

— Para algumas pacientes, o baque é muito forte e a autoestima acaba afundando mesmo depois de uma separação — diz Camila.

As mulheres, por outro lado, elegem o companheiro como a primeira pessoa para quem contariam sobre a doença, caso fossem diagnosticadas: 42% assim o fariam, antes da mãe (24%) e dos filhos (20%).

 Metade das mulheres deixam de fazer mamografia por medo de descobrir um tumor

O levantamento também põe em xeque a participação do homem no estímulo à prevenção do câncer de mama: 36% não citam a mamografia ou o raio X de mama como exames importantes a serem realizados pela mulher com regularidade. Outro achado é que 45% nunca estimularam ir com elas ao ginecologista ou fazer exames ginecológicos. Dos que têm contato com a mãe, 55% também não desempenharam esse papel em relação a ela.
Para a mastologista Rita Dardes, a pesquisa mostra que o homem deve estar mais presente na prevenção do câncer de mama. 

— O homem tem um papel superimportante como disseminador de informação para a mulher. Se a mulher tiver um parceiro ponta firme, que a lembre de fazer os exames, é um estímulo — observa Rita.

Ela aponta que esse papel deveria ser estimulado em campanhas. A mastologista Maira Caleffi, da Femama, conta que a maioria dos homens tem muita dificuldade de comparecer às consultas com a companheira no início. 

— Depois a gente explica que é importante o companheiro ficar junto e eles começam a aderir. Alguns fogem e nunca mais aparecem, mas a maioria adere — conta.
Segundo Maira, tem de haver uma sensibilização do patologista, que deve convencer o casal da importância da presença do companheiro.

Matéria copiada do site da Zero Hora - em 25/09/2012
 

domingo, 16 de setembro de 2012

Direitos do Portador de Câncer



PIS
Trabalhador com câncer pode realizar o saque do PIS?
Sim. O PIS pode ser retirado na Caixa Econômica Federal pelo trabalhador cadastrado que tiver neoplasia maligna (câncer) ou o trabalhador que possuir dependente portador de câncer.
Quais os documentos necessários para o saque do PIS?
- Comprovante de inscrição no PIS/PASEP;
- carteira de trabalho;
- documento de identificação;
- atestado fornecido pelo médico que acompanha o tratamento do paciente (com assinatura do primeiro, reconhecida em cartório), com as seguintes informações:
- diagnóstico expresso da doença;
- estágio clínico atual da doença e do doente;
- CID (Classificação Internacional da Doença);
- menção à Resolução 01/96, de 15/10/1996, do Conselho Diretor do Fundo de Participação PIS-PASEP;
- carimbo que identifique o nome/CRM do médico;
- cópia do exame histopatológico ou anatomopatológico que comprove o diagnóstico;
- comprovação da condição de dependência do paciente, quando
Qual valor tem o paciente a receber?
O trabalhador receberá o saldo total de quotas e rendimentos.


FGTS
O trabalhador com câncer pode realizar o saque do FGTS?
Quais os documentos necessários para o saque do FGTS?
Sim. O FGTS pode ser retirado pelo trabalhador que tiver neoplasia maligna (câncer) ou por aquele que possuir dependente portador de câncer.
- documento de identificação;
- carteira de trabalho;
- comprovante de inscrição no PIS/PASEP;
- original e cópia do Laudo Histopatológico (estudo em nível microscópico de lesões orgânicas) ou Anatomopatológico (estudo das alterações no organismo pela patologia), conforme o caso;
atestado médico* que contenha:
- diagnóstico expresso da doença (com assinatura do médico reconhecida em cartório);
- CID (Código Internacional de Doenças);
- menção à Lei 8922 de 25/07/94;
- estágio clínico atual da doença e do doente;
- CRM e assinatura do médico, carimbados.
Comprovante de dependência, se for o caso.
O valor recebido será o saldo de todas as contas pertencentes ao trabalhador, inclusive a conta do atual contrato de trabalho. No caso de motivo de incapacidade relacionado ao câncer, persistindo os sintomas da doença, o saque na conta poderá ser efetuado enquanto houver saldo, sempre que forem apresentados os documentos necessários.


Amparo Assistencial
O paciente de câncer possui direito ao amparo assistencial?
De acordo com a lei, é o benefício que garante um salário mínimo mensal ao idoso com 65 anos ou mais, que não exerça atividade remunerada, e ao portador de deficiência incapacitado para o trabalho e para uma vida independente. Para obtenção do referido benefício, outro critério fundamental é de que a renda familiar, dividida pelo número destes, sejainferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. Esse cálculo considera o número de pessoas que vivem no mesmo domicílio: o cônjuge, o (a) companheiro(a), os pais, os filhos e irmãos não emancipados de qualquer condição, menores de 21 anos ou inválidos. O critério de renda caracteriza a impossibilidade do paciente e de sua família de garantir seu sustento.
O paciente de câncer tem direito ao benefício desde que se enquadre nos critérios de idade, de renda ou na condição de deficiência descritos acima. Nos casos em que o paciente sofra de doença em estágio avançado, ou sofra conseqüências de seqüelas irreversíveis do
tratamento oncológico, pode-se também recorrer ao benefício, desde que haja uma implicação do seu estado de saúde na incapacidade para o trabalho e nos atos da vida independente.
O requerente também não pode estar vinculado a nenhum regime de previdência social ou receber quaisquer benefícios. Mesmo quando internados, tanto o idoso como o deficiente possuem direitos ao benefício. O amparo assistencial é intransferível, não gerando direito à
pensão a herdeiros ou sucessores. O beneficiário não recebe 13º salário.
  

Casa Própria
Quando o paciente com câncer pode solicitar a quitação do financiamento?
Qual valor pode ser quitado?
O paciente com invalidez total e permanente, causada por acidente ou doença, possui direito à quitação. Para isso deve estar inapto para o trabalho, e a doença determinante da incapacidade deve ter sido adquirida após a assinatura do contrato de compra do imóvel.
Ao pagar as parcelas do imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), o proprietário também paga um seguro que lhe garante a quitação do imóvel em caso de invalidez ou morte. Em caso de invalidez, o seguro quita o valor correspondente ao que o paciente deu para o financiamento.
A entidade financeira que efetuou o financiamento do imóvel deve encaminhar os documentos necessários à seguradora responsável. 


Aposentadoria por invalidez
O portador de câncer pode solicitar a aposentadoria por invalidez?
Quando o doente começa a receber o benefício?
A aposentadoria por invalidez é concedida ao paciente de câncer desde que sua incapacidade para o trabalho seja considerada definitiva pela perícia médica do INSS. Tem direito ao benefício o segurado que não esteja em processo de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência ( independente de estar recebendo ou não o auxílio-doença).
O portador de câncer terá direito ao benefício, independente do pagamento de 12 contribuições, desde que esteja na qualidade de segurado, isto é, que seja inscrito no Regime Geral de Previdência Social (INSS).
Caso o segurado esteja recebendo o auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez começará a ser paga a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença.
Quando o doente não estiver recebendo o auxílio-doença, o benefício começará a ser pago a partir do 16° dia de afastamento da atividade. Se passar mais de trinta dias entre o afastamento e a entrada do requerimento, o beneficiário será pago a partir da data de entrada do requerimento.
Para os trabalhadores autônomos, o benefício começará a ser pago a partir da data da entrada do requerimento.


Auxílio-doença
O portador de câncer tem direito ao auxílio-doença?
Como fazer para conseguir o benefício?
Quando o paciente começa a receber o benefício?
Auxílio-doença é o benefício mensal a que tem direito o segurado, inscrito no Regime Geral de Previdência Social (INSS), quando fica temporariamente incapaz para o trabalho em virtude de doença por mais de 15 dias consecutivos.
Sim, desde que seja considerado incapacitado temporariamente para o trabalho. Não há carência para o doente receber o benefício, desde que ele seja segurado do INSS. A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada através de exame realizado pela perícia médica do INSS.
O portador de câncer deve comparecer ao Posto da Previdência Social mais próximo de sua residência para marcar a perícia médica. É muito importante levar a Carteira de Trabalho ou os documentos que comprovem a sua contribuição ao INSS. Também deve ser levada a declaração ou exame médico que descreva o estado clínico do segurado.
O segurado empregado começa a receber o benefício a partir do 16º dia de afastamento da atividade. Já os demais segurados recebem a partir da data do início da incapacidade ou de entrada do requerimento.
  

Isenção de IPI na compra de veículos
Quando o paciente com câncer possui direito de solicitar a isenção de IPI na compra de veículos?
Quais os veículos que podem ser adquiridos com isenção de IPI?
O IPI é o imposto federal sobre produtos industrializados. O paciente com câncer é isento deste imposto apenas quando apresenta deficiência física nos membros superiores ou inferiores,que o impeça de dirigir veículos comuns. É necessário que o solicitante apresente os exames e o laudo médico que descrevam e comprovem a deficiência.
Automóveis de passageiros ou veículos de uso misto de fabricação nacional, movidos a combustível de origem renovável. O veículo precisa apresentar características especiais, originais ou resultantes de adaptação, que permitam a sua adequada utilização por portadores de deficiência física. Entre estas características, o câmbio automático ou hidramático (acionado por sistema hidráulico) e a direção hidráulica.
A adaptação do veículo poderá ser efetuada na própria montadora ou em oficina especializada. O IPI incidirá normalmente sobre quaisquer acessórios opcionais que não constituam equipamentos originais do veículo adquirido.
O benefício somente poderá ser utilizado uma vez, exceto se o veículo tiver sido adquirido há mais de três anos, caso em que o benefício poderá ser utilizado uma segunda vez.
 

 
 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Novo medicamento para câncer de mama será incorporado no SUS


O Ministério da Saúde (MS) vai incorporar o Trastuzumabe, um dos mais eficientes medicamentos de combate ao câncer de mama, no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa iniciativa faz parte do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, estratégia para expandir a assistência oncológica no país, lançado pela presidenta Dilma Rousseff, no ano passado. O ministério investirá R$130 milhões/ano para disponibilizar o medicamento à população.

O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres, com uma estimativa de mais 1,15 milhão de novos casos a cada ano, e responsável por 411.093 mortes a cada ano. No Brasil, estimam-se 52.680 novos casos em 2012/2013. Em 2010 ocorreram 12.812 mortes por causa da doença. E neste ano, o Ministério da Saúde já custeou mais de 100 mil procedimentos para quimioterapia do câncer de mama inicial ou localmente avançado.

A expectativa é que o Trastuzumabe beneficie 20% das mulheres com câncer de mama em estágio inicial e avançado, afirma o ministro da saúde, Alexandre Padilha.

A partir da publicação, nesta semana, no Diário Oficial da União (DOU), o SUS tem prazo de 180 dias para efetivação de sua oferta á população brasileira. E o novo medicamento diminui em 22% o risco de morte de mulheres com a doença e ainda reduz as chances de reincidência do câncer. A incorporação do Trastuzumabe foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para o tratamento de câncer de mama inicial e avançado.

INCLUSÃO - O Trastuzumabe é um dos primeiros medicamentos incorporados no SUS a partir da Lei 12.401, de 2011. O decreto, que cria uma Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), define regras que garantem a proteção do cidadão quanto ao uso e eficácia desses medicamentos, que devem ter registro nacional e serem reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O documento estabelece também que seja publicado um protocolo de como e quais as situações que o medicamento deve ser utilizado. A Conitec é um aprimoramento do sistema de incorporação de novas tecnologias, protegendo o cidadão e reduzindo os riscos de judicialização do medicamento, que muitas vezes é recomendado de forma indevida?, destaca o ministro.

O medicamento é um dos mais procurados. Em 2011, o ministério gastou R$ 4,9 milhões para atender a 61 pedidos judiciais. Esse ano já foram gastos R$ 12,6 milhões com a compra do Trastuzumabe por demanda judicial.

De acordo com o ministro Padilha, essa aquisição só foi possível devido à economia de custos gerada por inovação tecnológica, parcerias público-privadas, comparação de preços internacionais e a centralização de compras. A melhor gestão dos recursos possibilitou gerar uma economia de R$ 1,7 bilhão/ano no orçamento do ministério. Isso nos permite ampliar o acesso dos brasileiros às novas tecnologias, explica.

Fonte: ASCOM / Ministério da Saúde

segunda-feira, 23 de julho de 2012

SUS fornecerá medicamento contra câncer de mama

Por ser um medicamento de alto custo - cada frasco custa, em média, R$ 7 mil - a droga estava restrita a mulheres que conseguiam o direito de recebê-la do governo por meio de ações judiciais


O Ministério da Saúde vai incorporar o medicamento Trastuzumabe (Herceptin), uma das principais armas no combate ao câncer de mama, na lista de remédios distribuídos gratuitamente pelo SUS. A inclusão será publicada nesta semana no Diário Oficial da União.
O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. Estima-se que entre 20% e 25% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama têm indicação para receber essa medicação - que tem como alvo a mutação genética que leva ao HER-2 positivo, um dos tipos mais agressivos de tumor. O Trastuzumabe é considerado uma das drogas mais avançadas na terapia contra o câncer de mama porque é um anticorpo monoclonal que promove uma "terapia-alvo", já que ele tem a capacidade de atingir exclusivamente as células doentes, preservando as sadias. O medicamento é fabricado pela Roche. 

– Esse é um grande avanço para as mulheres que dependem do SUS. É uma medicação essencial para as pacientes que são positivo para o HER-2 porque ela consegue controlar o avanço da doença e evitar metástases – diz o mastologista Waldemir Rezende. 

A droga será oferecida no SUS por decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia (Conitec), criada dentro do ministério por força de lei. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a comissão analisou o custo-efetividade da droga por mais de um ano, colocou o assunto em consultas públicas e não levou em consideração a pressão das demandas judiciais. A droga é administrada na veia e é de uso hospitalar. Por ser um medicamento de alto custo - cada frasco custa, em média, R$ 7 mil -, ela estava restrita a mulheres que conseguiam o direito de recebê-la do governo por meio de ações judiciais. 

O Trastuzumabe é o sétimo medicamento mais demandado judicialmente ao Ministério da Saúde, que em 2011 gastou R$ 266 milhões na compra de remédios determinados por decisões judiciais - sendo R$ 4,9 milhões para atender a 61 ordens de compra do Trastuzumabe. Neste ano, o governo federal já recebeu 98 determinações judiciais para compra do medicamento e gastou R$ 12,6 milhões. Só uma compra para atender uma ação civil pública movida pelo Estado de Santa Catarina, por exemplo, consumiu R$ 9,8 milhões dos cofres públicos. Segundo o ministro, a incorporação da droga no SUS exige que o preço praticado pela indústria seja compatível com o que ela aplica no mercado internacional. O governo estima gastar até R$ 150 milhões por ano para fornecer a medicação. Por se tratar de uma compra em massa, há uma negociação com o laboratório fabricante e o preço pode ser reduzido em até 50%. 


Matéria publicada no Jornal Zero Hora - 23/07/2012 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Remédio testado no RS é novidade no combate ao câncer de mama

Tratamento com enzima foi elaborado por hospitais de todos os continentes.
Agência Europeia de Medicamentos já aprovou o uso do novo remédio.

Um novo medicamento para o combate ao câncer de mama testado no Hospital Conceição, em Porto Alegre, teve eficácia comprovada e foi aprovado para o uso na Europa. Segundo os resultados obtidos durante a pesquisa, a droga aumenta em 50% a sobrevida das pacientes.
O tratamento, elaborado a partir de pesquisa feita por hospitais de todos os continentes – entre eles a instituição pública gaúcha – funciona como uma vacina. As pacientes com câncer de mama recebem um anticorpo chamado pertuzumabe, que ataca as células cancerosas, impedindo a multiplicação.



De acordo com o coordenador do Serviço de Mastologia do Hospital Conceição, José Pedrini, o remédio é indicado para os casos mais graves, em que a doença já se espalhou pelo corpo. “Não se trata de uma cura, mas da possibilidade de controle do câncer. Ele teve bons resultados, aumentando em 50% o tempo em que as pacientes ficam livres da doença”.
A pesquisa recebeu um nome de mulher: Cleopatra. Desde 2008, quando o Conceição começou a participar dela, 17 pacientes receberam a medicação e os efeitos colaterais foram mínimos. “Meus olhos lacrimejam um pouco e tenho coriza, mas isso não é nada perto de uma quimioterapia. É fantástico, sem desconforto mesmo”, diz a dona de casa Maria Celina Machado, de 59 anos, há oito diagnosticada com a doença.




Os resultados foram publicados em janeiro na New England Journal of Medicine, uma das mais respeitadas revistas científicas do mundo, e validados na última sexta-feira (18) por uma equipe da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA, na sigla em inglês), que regula o uso de novos remédios no continente. Os agentes inspecionaram o estudo e aprovaram o Serviço de Mastologia do Hospital Conceição para mais testes de medicamentos.

A nova droga deve ser comercializado na Europa a partir de junho, mas no Brasil ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os pesquisadores esperam que isso possa acontecer em 2013. “Os resultados do estudo são confiáveis, e a vacina traz benefícios para 25% das pacientes. São mulheres com um tipo de câncer de mama muito agressivo” diz Pedrini. “Além disso, sua aplicação pode ser indicada por períodos longos, de até 10 anos”, ele acrescenta.

O médico mastologista acredita que a vacina venha a mudar o próprio protocolo do tratamento de combate ao câncer, sendo usado antes mesmo da quimioterapia habitual. Para Maria Celina, o medicamento renovou o otimismo e as forças para enfrentar a doença. “Mudou a minha vida. Hoje faço tudo sozinha, não preciso de uma bengala me acompanhando, como era depois das aplicações da quimio. Minha esperança aumentou muito”, conclui.

Publicado em Globo.com em 23/05/2012

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Próteses mamárias: abastecimento deve ser garantido


A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) está iniciando o levantamento da demanda de implantes mamários de silicone para os próximos três e seis meses. A iniciativa atende à solicitação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) feita em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o caso das próteses PIP e Rofil, no dia 19 de abril, com a participação da SBM. A intenção da Anvisa é estimar o número de próteses necessário e se o estoque atual - que será indicado pelos fabricantes - é suficiente até que sejam adotadas as normas do Inmetro para a certificação de qualidade da fabricação. O procedimento que será adotado caso faltem próteses no mercado continua sem definição.

"É importante destacar a confiança depositada pela Anvisa na SBM, pois nossas informações ajudarão a nortear a decisão da agência sobre o que fazer a respeito das próteses, especialmente nos casos de reparação oncológica. Isto é um episódio inédito e de alta relevância para a mastologia brasileira", afirma o presidente da SBM, Carlos Alberto Ruiz.

As unidades regionais da Sociedade já foram acionadas para verificar nos estados brasileiros a demanda para cirurgia reparadora e estética. De acordo com o vice-presidente da SBM, José Luiz Pedrini, só para reconstrução mamária devem ser necessárias 7 mil próteses por ano (14 mil se houver simetrização com a mama do lado oposto). "Continuamos apreensivos quanto ao risco de desabastecimento. Precisamos assegurar que nossas pacientes tenham acesso às próteses, especialmente para reconstrução", declara Pedrini, que participou de debate anterior sobre o tema, no Senado, em fevereiro.

Na reunião, também foi discutido o cadastro nacional de implantes mamários proposto pela SBM e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Por meio dele, será feito o registro de quantos implantes foram usados, de quais marcas e modelos, e em quem. Com isso, seria viável fazer um possível recall. "A grande dificuldade para implantar a solução é na cirurgia estética, porque existe o princípio de confidencialidade e nem todas as pacientes concordam em serem identificadas. O mecanismo de notificação compulsória teria que passar pelo Conselho Federal de Medicina e o Ministério da Saúde", explica Pedrini.


                            Carlos Ruiz, presidente da SBM, em audiência na Câmara dos Deputados

Certificação de qualidade

Ainda em abril, a SBM participou de reunião com o Inmetro, em Brasília, para discutir a verificação das próteses feitas no país. Entre as resoluções aprovadas, todas as próteses fabricadas após 21 de março de 2012 terão que apresentar aprovação do Inmetro, quer sejam nacionais ou importadas. Foi criada uma comissão técnica de implantes mamários para elaboração, avaliação e deliberação sobre a conformidade dos produtos.

Os laboratórios designados para fazer a certificação das próteses foram o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Instituto Falcão Bauer de Qualidade (IFBQ). As grandes empresas já estão contratando o serviço das instituições para conseguir a certificação.

"Na reunião, representantes da Anvisa deixaram claro que não ocorreria o desabastecimento de próteses, mas que fabricantes que não tiverem suas instalações inspecionadas pela agência e que não apresentem certificado de conformidade não poderão ter suas próteses comercializadas. Dessa forma, mesmo grandes produtores que têm qualidade atestada, como Johnson & Johnson (Mentor), Allergan e Silimed, se mostraram preocupados e ansiosos para terem seus produtos aprovados pelo Inmetro, o que poderá levar alguns meses", relata Vilmar Marques, diretor da Comissão de Oncoplastia da SBM.

Fonte: Natália Calandrini para SBM

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Hospital Conceição faz a primeira cirurgia de troca de implantes de silicone pelo SUS no Estado

Procedimento pode ser feito em 27 serviços de saúde no RS

Uma professora de 39 anos foi a primeira mulher a fazer a substituição de implantes de silicone da marca francesa PIP pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul. A cirurgia foi feita nesta sexta-feira, no Hospital Conceição, em Porto Alegre. A paciente, que estava com a prótese há oito anos, passa bem e foi liberada à tarde.

Após alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o risco de rompimento das próteses fabricadas pela PIP e pela Rofyl, o Ministério da Saúde anunciou que o procedimento de troca do implante seria coberto pelo SUS, em casos de rompimento, suspeita de rotura ou algum sintoma clínico.

De acordo com o mastologista José Luiz Pedrini, chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Conceição e vice-presidente nacional da Sociedade Brasileira de Mastologia, podem ocorrer sintomas como dor e vermelhidão na mama. Por meio de exames, também pode ser diagnosticada infiltração do gel para fora da cápsula.

Nesses casos, é recomendada a troca e a paciente tem direito de realizar o procedimento na rede pública. Planos de saúde também devem cobrir a troca. Para fazer o procedimento pelo SUS, as pacientes devem se dirigir ao posto de saúde mais próximo e pedir encaminhamento a um dos 27 hospitais habilitados pelo Ministério da Saúde para realizar a substituição no Rio Grande do Sul (veja lista abaixo).

Pedrini, que há alguns dias teve de implantar próteses de fabricantes diferentes em uma paciente, devido a problemas com os
estoques de silicone, acredita que o abastecimento está garantido por pelo menos mais um mês.

— Mesmo assim, eu acho que vai faltar. Já comunicamos a Anvisa que iremos acionar o Ministério Público se isso ocorrer, pois as pacientes são as mais prejudicadas — diz o médico.

O Inmetro publicou portaria com as 
regras para certificação das próteses de silicone no país. Por determinação da Anvisa, as marcas nacionais e importadas só poderão ser comercializadas após passar pelos testes de qualidade.



Confira os locais habilitados a realizar o procedimento pelo SUS no Estado:

Porto Alegre

Hospital de Clínicas
Hospital Cristo Redentor
Hospital Femina 
Hospital Nossa Senhora da ConceiçãoHospital Presidente Vargas
Hospital São Lucas
Santa Casa de Misericórdia

Bagé
Santa Casa de Caridade

Cachoeira do Sul
Hospital de Caridade

Canoas
Hospital Nossa Senhora das Graças

Caxias do Sul
Hospital Geral de Caxias do Sul

Cruz Alta
Hospital de Caridade São Vicente de Paulo
Hospital Nossa Senhora de Fátima

Erechim
Fundação Hospitalar Santa Terezinh

Ijuí
Hospital de Caridade

Lajeado
Hospital Bruno Born

Passo Fundo
Hospital da Cidade
Hospital Municipal
Hospital São Vicente de Paulo

Pelotas
Hospital Universitário São Francisco
Hospital Universitário Ufpel
Santa Casa de Misericórdia
Sociedade Portuguesa de Beneficência

Rio Grande
Hospital Universitário

Santa Cruz do Sul
Hospital Ana Nery

Santa Maria
Hospital Universitário

São Leopoldo
Hospital Centenário


Matéria publicada no site do Jornal Zero Hora em 13/04/2012 


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mamografia anual pode dar diagnóstico exagerado

Até um quarto dos casos de câncer de mama diagnosticados por mamografia não se desenvolveriam e não precisariam de tratamento, mostra um estudo da Universidade Harvard (EUA) conduzido com mulheres da Noruega.

Isso acontece porque esse tipo de exame de imagem detecta tumores muito precocemente -incluindo aqueles que levariam muitos anos ou décadas para progredir.

Com isso, até 25% das mulheres que recebem o diagnóstico da doença na Noruega são submetidas a tratamentos contra o câncer, como quimioterapia, sem necessidade.

"Os radiologistas estão sendo treinados para detectar o menor câncer possível. Mas isso leva ao diagnóstico de tumores que não têm sintomas e nem risco de morte", diz o norueguês líder da pesquisa, Mette Kalager.
Kaleguer e colegas, no entanto, não têm sugestões de como deveria ser feito o diagnóstico do câncer de mama.

"Mas nós temos uma obrigação ética de avisar as mulheres que esse fenômeno [o sobrediagnóstico] existe", escreveram os médicos Joann Elmore e Suzanne Fletcher no editorial da revista "Annals of Internal Medicine", onde o estudo foi publicado ontem.




EM EXCESSO? Estudo alerta para diagnóstico exagerado de câncer de mama


OS OLHOS NÃO VEEM
Os pesquisadores compararam dois grupos de norueguesas com câncer de mama de 1996 a 2005. As participantes tinham de 50 a 69 anos -idade em que a mamografia é indicada no país. Um grupo fazia anualmente a mamografia e o outro tinha mulheres que não faziam o exame.

Os pesquisadores notaram um aumento de 15% a 25% no diagnóstico de câncer das mulheres com mamografia.

O exame evita a morte de uma em cada 2.500 mulheres que o realizam. Mas, por outro lado, submete de seis a dez delas a tratamento desnecessário contra câncer.

"Esse estudo gera hipóteses. Mas o resultado não muda as recomendações sobre mamografia", diz o oncologista do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), Max Mano. No Brasil, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) recomenda que o exame anual comece aos 40.
No entanto, de acordo com Maira Caleffi, presidente da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), apenas 50% das brasileiras em idade de risco têm acesso ao exame no país.

"Ainda temos um índice de mortalidade crescente por câncer de mama. Temos de convencer as pacientes a fazerem a mamografia, mesmo correndo o risco de sobrediagnóstico", disse Caleffi.

"Pela biópsia dá para ter uma ideia de se o tumor vai se desenvolver em dias ou em anos. Mas o tumor pode agir de maneira diferente do esperado", diz Max Mano.

O debate acerca do excesso de diagnóstico não é novo e nem exclusivo do câncer de mama. No ano passado, um grupo britânico constatou o sobrediagnóstico de câncer de próstata naquele país.

Matéria publicada no Folha.com em 09/04/12
 


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Hospital Conceição é centro de qualificação de novos medicamentos

Agência regulatória de medicamentos para a Europa validou nova droga para câncer de mama pesquisada no Serviço de Mastologia do hospital


 Durante toda esta semana, o Serviço de Mastologia do Hospital Conceição recebeu a visita de uma equipe da European Medicines Agency (EMEA), agência regulatória de novos medicamentos para a Europa. Três agentes, da Itália e da Dinamarca, fizeram um trabalho de inspeção em pesquisa com nova droga contra o câncer de mama com a participação do serviço. Nesta sexta-feira, 30 de março, eles divulgaram os resultados dessa inspeção: o centro foi aprovado e a pesquisa, considerada de excelente qualidade, com resultados confiáveis.

 
                                       Da esquerda para a direita: Pedrini, técnicos italianos Paola di Basilio 
                                       e Fabrizio Galliccia e profissionais envolvidos com a pesquisa.


“É um marco, abre-se uma nova era para o tratamento do câncer de mama”, comemorou o coordenador do Serviço de Mastologia do Hospital Conceição, José Luiz Pedrini. Para ele, o Conceição está de parabéns, pois foi avaliado e aprovado após inspeção com todos os rigores científicos.

A PESQUISA

O Hospital Conceição foi um dos participantes do desenvolvimento de um novo medicamento, chamado pertuzumabe, cujos resultados foram apresentados em dezembro último, em San Antonio, no Texas (EUA), e publicados na New England Journal of Medicine, a mais respeitada revista científica do mundo. O pertuzumabe é um anticorpo, ou seja, uma vacina, com potente ação em tumores Her2 positivo, presente em 25% dos cânceres de mama com agressividade maior. Os efeitos colaterais dessa droga são mínimos se comparados com uma quimioterapia habitual, além disso, sua aplicação pode ser indicada por períodos longos.

A inspeção da pesquisa pela EMEA se deu no sentido de ver a veracidade das informações e, principalmente, se o benefício para as mulheres justifica a liberação de uma nova droga para o câncer de mama. Com a avaliação e a aprovação, esse medicamento deverá entrar no mercado europeu a partir de maio deste ano. No Brasil, a estimativa é que entre no mercado no ano que vem. 

                                              Técnicos da Itália e da Dinamarca estiveram no Serviço de 
                                              Mastologia durante uma semana.

José Luiz Pedrini destaca que é a primeira vez que agentes da EMEA vêm ao Rio Grande do Sul. O Hospital Conceição recebeu a equipe em razão da importância que teve no recrutamento e na avaliação de pacientes para o estudo, bem como por ser considerado de excelência na área. “É um orgulho e uma responsabilidade sabermos ser responsáveis diretos pela liberação de uma nova droga com efeitos comprovadamente eficazes no câncer de mama”, diz o médico.



Creditos: Andréa Araujo (Texto), Árthur Ribeiro e arquivo pessoal (Fotos)