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quinta-feira, 29 de março de 2012

Pacientes devem manter cirurgias plásticas de mama previstas para as próximas semanas, orientam médicos



Enquanto o selo de qualidade para as próteses de silicone de mama não fica pronto, médicos orientam as pacientes a manter as cirurgias marcadas para as próximas semanas.

Desde ontem (22), todo implante nacional ou importado só poderá ser vendido após receber o aval do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), seguindo determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os requisitos para a concessão do selo ainda estão em análise pelo instituto, processo que deve ser concluído no final deste mês. Durante esse período, as próteses estocadas nas clínicas, fábricas e pelos importadores podem ser usadas até a chegada do selo.

Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, José Pedrini, a mulher não precisa adiar a operação, pois os produtos disponíveis no mercado são confiáveis, mesmo sem terem passado pelos novos testes estipulados pela Anvisa. “Podem continuar fazendo as cirurgias. Não precisam ficar preocupadas”, disse.
As próteses são usadas para fins estéticos (aumento dos seios) e reconstrução (quando a mama é retirada por causa de um câncer). A cada ano, cerca de 10 mil brasileiras reconstroem a mama.

Antes de chegar ao mercado, os implantes passarão por testes de resistência e composição do silicone, conforme as novas normas. Até então, as empresas precisavam apresentar apenas documentos atestando a qualidade do produto para conseguir o registro. Os lotes não eram examinados.

A Anvisa decidiu mudar o processo de liberação da venda depois das denúncias de irregularidades envolvendo as marcas francesa Poly Implant Prothese (PIP) e a holandesa Rofil, acusadas de usar silicone inapropriado aumentando o risco de o implante romper ou vazar e provocar problemas de saúde.

Na avaliação do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luciano Chaves, os problemas são restritos à PIP e Rofil e não se estendem a outras marcas. “Podem fazer as cirurgias com as próteses que estão no mercado. Avaliamos que o problema é focal com as marcas PIP e Rofil. Não predomina em outras próteses”, disse à Agência Brasil, na última quarta-feira (21).

O presidente da Lifesil, Jorge Wagenfurh, acredita que faltará prótese no mercado até o Inmetro emitir o selo de qualidade. A empresa é uma das duas fabricantes nacionais de implantes de silicone para seios. De acordo com ele, a Anvisa deveria ter avisado o setor com antecedência sobre a nova norma.

“A ideia é excelente [da testagem]. A forma como foi colocada é que não foi correta. A gente não conseguiu se preparar. Nosso estoque regulador não é grande. O que a gente produz a gente vende”, alega o presidente da empresa, com sede no Paraná.
O mastologista José Pedrini disse que a associação tomará medidas, em caso de desabastecimento. “Se isso acontecer, vamos denunciar ao Ministério Público porque é uma infração ao direito do cidadão”.

Na última quarta-feira (21), a assessoria da Anvisa informou que a agência reguladora não tem como "precisar" se faltará implantes.
Em nota, a Silimed, outra fabricante brasileira, sediada no Rio de Janeiro, informou que aguarda orientação do Inmetro para se adequar aos novos testes que precisarão ser realizados.

Além das duas nacionais, 18 empresas estrangeiras têm autorização para vender implante de silicone de mama no Brasil.


Carolina Pimentel
Da Agência Brasil, em Brasília
23/03/2012


sábado, 17 de março de 2012

Acompanhamento médico é vital para prevenir o câncer de mama


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 52.680 brasileiras poderão desenvolver a doença este ano



Os números não são nada animadores: segundo o estudo mais recente do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 52.680 brasileiras poderão desenvolver câncer de mama este ano. A taxa de risco é de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Ainda de acordo com o instituto, a prevenção primária dessa neoplasia não é totalmente possível, em função da variação dos fatores de risco e das características genéticas envolvidas em sua origem. Os dados servem de alerta para as mulheres que têm o costume de adiar os exames clínicos e a mamografia, principais estratégias de rastreamento precoce da doença, segundo o Ministério da Saúde. Quanto mais cedo for identificado, maiores são as chances de cura.

Relativamente raro abaixo dos 35 anos, após essa idade, a taxa de incidência de câncer de mama feminino aumenta rápida e progressivamente.

— Grande parte dos casos são diagnosticados já em estágios avançados — afirma o oncologista Amândio Soares.

Uma das causas, segundo os especialistas, pode ser a falsa segurança gerada pelo autoexame.

— Existem estudos que questionam a eficiência do autoexame, pois ele costuma indicar apenas tumores já bastante desenvolvidos, além de gerar uma insegurança desnecessária quando a mulher encontra glândulas ou nódulos benignos — explica o médico.

O Ministério da Saúde, baseado no Controle do Câncer de Mama (2004), recomenda que o exame clínico anual seja feito a partir dos 40 anos. O exame clínico é feito a partir do apalpe das mamas, assim como o autoexame. Porém, feito por profissionais treinados faz diferença, uma vez que são capazes de identificar nódulos de até um centímetro, caso sejam superficiais. Já para as mulheres entre 50 e 69 anos, a recomendação inclui um exame mamográfico a cada dois anos.

Para as mulheres do grupo de risco elevado, o Ministério indica exame clínico e mamografia anualmente a partir dos 35 anos. Integram o grupo mulheres com histórico familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos de idade, com histórico familiar de câncer de mama ou com diagnóstico de lesão mamária. Mulheres que tiveram a primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos ou que não tiveram filhos também apresentam fatores de risco para o câncer de mama. O uso de anticoncepcionais orais, terapias de reposição hormonal e a alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama) já são fatores de risco estabelecidos segundo o Inca.

— Devido ao grande número de fatores de risco, além daqueles que ainda não foram detectados ou comprovados, o melhor é que o exame clínico seja feito anualmente a partir da primeira menstruação — recomenda Soares.

Apesar da impossibilidade de prevenção total, a combinação de alguns hábitos saudáveis com os exames pode diminuir as chances de desenvolvimento do câncer. Não fumar, manter a alimentação adequada, a prática regular de exercícios físicos e cuidar do peso corporal são medidas básicas para prevenir qualquer tipo de câncer. No caso do câncer de mama, o ato de amamentar também está associado a um menor risco de contrair a doença.

— Não basta adotar um estilo de vida saudável somente quando é feito o diagnóstico — alerta o oncologista Stephen Stefani, do Instituto do Câncer Mãe de Deus.

Segundo o médico, hábitos saudáveis de alimentação trazem beneficio quando adotados por toda uma vida. Mudanças radicais sem orientação podem até dificultar o manejo do paciente.

Como prevenir
:: Controle seu peso: dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos é uma recomendação básica para prevenir o câncer de mama, já que o excesso de peso aumenta o risco de desenvolver a doença.

:: Evite o consumo de álcool: mesmo em quantidade moderada, é contraindicado o consumo, pois é fator de risco para esse tipo de tumor, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos.

:: Deixe seus exames em dia: marque visitas regulares ao ginecologista. O exame das mamas feito pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade, além das mamografias.





Matéria publicada no Jornal Zero Hora no dia 16/03/2012