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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Medicamento pesquisado no Hospital Conceição é nova arma contra o câncer de mama




Agindo como vacina, droga vai diretamente à célula tumoral e causa menos efeitos colaterais

Um novo medicamento contra o câncer de mama pesquisado no Hospital Conceição foi aprovado pelas agências reguladoras norte-americana e europeia, FDA e EMA, e mais recentemente, em janeiro último, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Kadcyla é um anticorpo com potente ação em tumores Her2 positivo, presente em 25% dos cânceres de mama com agressividade maior.

“É chamada de ‘cavalo de troia’, pois é a primeira droga conjugada para o câncer de mama, isto é, uma espécie de vacina, que vai diretamente à célula tumoral e, quando se fixa no alvo (célula tumoral), entra na célula e libera a carga de quimioterapia”, explica o chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Conceição, José Luiz Pedrini. Pode, por isso, ser usada uma dose muito maior sem prejuízo das células sadias, não tumorais, além de ter efeitos colaterais mínimos se comparados com uma quimioterapia habitual.

O Hospital Conceição vem pesquisando a nova droga desde 2010, concomitante com outros centros de vários países nos cinco continentes. Na instituição gaúcha, 17 pacientes participaram do estudo. Conforme Pedrini, as principais vantagens desse medicamento são a melhor efetividade, já que objetiva as células tumorais, e o fato de poder ser usado por longos períodos, pois tem baixa toxidade. “Nos orgulha, estarmos juntos numa liderança mundial, desenvolvendo uma droga que norteará os tratamentos futuros. Em outros tipos de câncer, o Conceição também cumpre sua missão de assistência, ensino e pesquisa, igualmente na liderança”, avalia.

O Kadcyla vai estar disponível no mercado brasileiro a partir do próximo mês de abril e, pelo SUS, em 2015.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Nota de repúdio: Governo federal nega direito à prevenção do câncer de mama


O governo federal decidiu, unilateralmente, que mulheres com até 49 anos não têm mais o direito de detectar precocemente o câncer de mama. A Portaria nº 1.253, editada em novembro de 2013 pelo Ministério da Saúde, restringe o repasse de verbas da União aos municípios a mamografias em pacientes na faixa etária de 50 a 69 anos. A medida contraria a Lei 11.664/08, em vigor desde 29 de abril de 2009, segundo a qual todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos.

Além disso, a Portaria nº 1.253 refere um procedimento condenável pelos médicos: a meia mamografia, denominada mamografia unilateral, isto é, exame em apenas uma das mamas. Pelo que estabelece o texto, os municípios têm a opção de arcar sozinhos com o custeio de mamografias para mulheres com até 49 anos e podem remunerar somente a mamografia unilateral.

Diante do subfinanciamento da saúde no Brasil, com diminuição progressiva da participação da União no custeio do Sistema Único de Saúde e consequente oneração dos municípios, na prática a referida portaria nega às mulheres com até 49 anos a prevenção e o tratamento precoce do câncer de mama.

A mamografia é um exame que exige a comparação das duas mamas. Com a publicação da Portaria, pode-se interpretar que é possível realizar a mamografia unilateral. Mas não há como selecionar um dos lados a examinar sendo que a lesão procurada muitas vezes não é palpável. Tampouco se pode admitir a espera de que o tumor cresça para se examinar a mama com maior chance de câncer. Além disso, a chamada mamografia unilateral reduziria pela metade o número de casos diagnosticados. Se este impropério continuar, será inevitável o aumento de mortes e de retirada de seios (mastectomias) que poderiam ser evitadas.
De acordo com parecer da Comissão Nacional de Mamografia – formada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), estudo internacional aponta redução de 26% a 29% na mortalidade em mulheres entre 40 e 49 anos comparadas a pacientes não submetidas ao rastreamento (mamografia preventiva).

A Comissão também cita estudo brasileiro mostrando que 42% dos casos de câncer de mama registrados em Goiânia (GO) ocorreram em pacientes abaixo dos 49 anos. O levantamento de um grande hospital oncológico de Curitiba (PR) aponta que, de 2005 a 2009, 39,8% das pacientes operadas com diagnóstico de câncer de mama tinham até 49 anos. O índice passou a 37,1% de 2010 a 2011.

Dessa forma, o CBR, a Febrasgo e a SBM afirmam que as determinações da Portaria nº 1.253 não se enquadram na boa prática médica e são prejudiciais à saúde da mulher brasileira. Defendemos o rastreamento mamográfico para todas as mulheres assintomáticas acima de 40 anos. Enfatizamos também que, no caso das pacientes que apresentem sintomas mamários, não existe limitação quanto à faixa etária para a avaliação mamográfica, que sempre deve ser bilateral (denominada de mamografia diagnóstica).

Enquanto estudamos contestar a Portaria nº 1.253 na Justiça, se não houver abertura de diálogo por parte do Ministério da Saúde, recomendamos aos médicos que continuem prescrevendo a mamografia de rastreamento para pacientes acima de 40 anos e não aceitem a chamada mamografia unilateral.

Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR)Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM)
Apoio:
Associação Médica Brasileira                      Conselho Federal de Medicina

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Segundo estimativa do Inca, câncer de pele, de próstata e de mama serão os mais prevalentes




O Brasil vai registrar 576 580 novos casos de câncer no próximo ano, segundo estimativa divulgada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) nesta quarta-feira. Esse levantamento é feito em conjunto com o Ministério da Saúde a cada dois anos. A previsão para 2014 é 11% maior do que o esperado para 2012 (520 000 novos casos). Segundo o Inca, o tipo de câncer mais prevalente tanto entre homens quanto mulheres será o de pele não melanoma, com 180 000 novos casos, seguido pelo de próstata (68 800 novos casos) e o de mama (57 100 novos casos).

De acordo com o estudo Estimativa 2014 – Incidência de Câncer no Brasil, outros principais tipos de câncer que vão atingir os brasileiros no ano que vem serão o de intestino (33 000 novos casos), de pulmão (27 000 novos casos) e de estômago (20 000 novos casos). Com exceção do tumor de pele não melanoma, 52% dos novos casos acontecerão entre o sexo masculino e 48% entre o feminino.

"O número cresce no Brasil seguindo uma tendência internacional e fortemente influenciada pelo envelhecimento da população", diz o coordenador de prevenção e vigilância do Inca, Cláudio Noronha. Outros fatores de risco destacados foram tabagismo, responsável por aproximadamente um terço dos tumores, consumo de álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e falta de controle do peso.


Entre os homens, os tumores mais prevalentes serão pele não melanoma, próstata, pulmão, intestino, estômago, tumores na cavidade oral e leucemia. Já entre as mulheres, os mais comuns serão pele não melanoma, mama, intestino, colo do útero, pulmão, estômago, tireoide e ovário. O estudo destacou uma queda nos últimos anos nos episódios de câncer de pulmão entre o sexo masculino, e o de colo do útero entre o feminino. O Ministério da Saúde acredita que a redução do tabagismo no país e o maior acesso das mulheres ao exame preventivo Papanicolau tenham contribuído com a redução.


Mortalidade — De acordo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o câncer é a segunda principal causa de morte no Brasil, ficando atrás somente das doenças cardiovasculares. Em 2011, 184 384 pessoas morreram em decorrência da moléstia – o tumor que provocou o maior número de óbitos nesse ano foi o de pulmão (22 426). Hoje, o câncer causa três vezes mais mortes do que doenças parasitárias e quatro vezes mais mortes do que acidentes de trânsito. 
Segundo o Inca, o Sudeste será a região que concentrará o maior número de novos casos no próximo ano (299 730), seguido pelo Sul (116 330), Nordeste (99 060), Centro-Oeste (41 440) e Norte (20 020).