Juntos somos mais fortes. Fortes, enfrentamos qualquer obstáculo.

sábado, 17 de março de 2012

Acompanhamento médico é vital para prevenir o câncer de mama


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 52.680 brasileiras poderão desenvolver a doença este ano



Os números não são nada animadores: segundo o estudo mais recente do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 52.680 brasileiras poderão desenvolver câncer de mama este ano. A taxa de risco é de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Ainda de acordo com o instituto, a prevenção primária dessa neoplasia não é totalmente possível, em função da variação dos fatores de risco e das características genéticas envolvidas em sua origem. Os dados servem de alerta para as mulheres que têm o costume de adiar os exames clínicos e a mamografia, principais estratégias de rastreamento precoce da doença, segundo o Ministério da Saúde. Quanto mais cedo for identificado, maiores são as chances de cura.

Relativamente raro abaixo dos 35 anos, após essa idade, a taxa de incidência de câncer de mama feminino aumenta rápida e progressivamente.

— Grande parte dos casos são diagnosticados já em estágios avançados — afirma o oncologista Amândio Soares.

Uma das causas, segundo os especialistas, pode ser a falsa segurança gerada pelo autoexame.

— Existem estudos que questionam a eficiência do autoexame, pois ele costuma indicar apenas tumores já bastante desenvolvidos, além de gerar uma insegurança desnecessária quando a mulher encontra glândulas ou nódulos benignos — explica o médico.

O Ministério da Saúde, baseado no Controle do Câncer de Mama (2004), recomenda que o exame clínico anual seja feito a partir dos 40 anos. O exame clínico é feito a partir do apalpe das mamas, assim como o autoexame. Porém, feito por profissionais treinados faz diferença, uma vez que são capazes de identificar nódulos de até um centímetro, caso sejam superficiais. Já para as mulheres entre 50 e 69 anos, a recomendação inclui um exame mamográfico a cada dois anos.

Para as mulheres do grupo de risco elevado, o Ministério indica exame clínico e mamografia anualmente a partir dos 35 anos. Integram o grupo mulheres com histórico familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos de idade, com histórico familiar de câncer de mama ou com diagnóstico de lesão mamária. Mulheres que tiveram a primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos ou que não tiveram filhos também apresentam fatores de risco para o câncer de mama. O uso de anticoncepcionais orais, terapias de reposição hormonal e a alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama) já são fatores de risco estabelecidos segundo o Inca.

— Devido ao grande número de fatores de risco, além daqueles que ainda não foram detectados ou comprovados, o melhor é que o exame clínico seja feito anualmente a partir da primeira menstruação — recomenda Soares.

Apesar da impossibilidade de prevenção total, a combinação de alguns hábitos saudáveis com os exames pode diminuir as chances de desenvolvimento do câncer. Não fumar, manter a alimentação adequada, a prática regular de exercícios físicos e cuidar do peso corporal são medidas básicas para prevenir qualquer tipo de câncer. No caso do câncer de mama, o ato de amamentar também está associado a um menor risco de contrair a doença.

— Não basta adotar um estilo de vida saudável somente quando é feito o diagnóstico — alerta o oncologista Stephen Stefani, do Instituto do Câncer Mãe de Deus.

Segundo o médico, hábitos saudáveis de alimentação trazem beneficio quando adotados por toda uma vida. Mudanças radicais sem orientação podem até dificultar o manejo do paciente.

Como prevenir
:: Controle seu peso: dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos é uma recomendação básica para prevenir o câncer de mama, já que o excesso de peso aumenta o risco de desenvolver a doença.

:: Evite o consumo de álcool: mesmo em quantidade moderada, é contraindicado o consumo, pois é fator de risco para esse tipo de tumor, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos.

:: Deixe seus exames em dia: marque visitas regulares ao ginecologista. O exame das mamas feito pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade, além das mamografias.





Matéria publicada no Jornal Zero Hora no dia 16/03/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário